Nesse 15 de abril de 2020, Dia do Desenhista, resolvemos fazer uma pequena homenagem aos brasileiros que tiveram a honra de trabalhar em diferentes momentos para Sergio Bonelli Editore, são eles: Wilson Vieira (ilustração de Fred Macêdo), Jô OliveiraPedro Mauro e Ibraim Roberson. Nos textos a seguir, apresentamos de forma resumida um pouco da carreira desses três paulistas e sua relação com a SBE.



Il Piccolo Ranger n. 1 (iFumetti Imperdibili) - eBook - Walmart.com
WILSON VIEIRA, nasceu em São Paulo, SP, em 28 de agosto de 1949. Em 1973 foi para a Itália continuar seus estudos em História e Arqueologia, mas acabou estudando Artes no Istituto d’Arte Lorenzo de’ Medici de Florença. Desenhista, ilustrador e atualmente roteirista de HQs, com mais de 46 anos de experiência, dedicou sete deles (1973/80) como colaborador do Estúdio Staff di IF em Gênova. Entre vários personagens, ilustrou o Pequeno Ranger (il Piccolo Ranger), para a Sergio Bonelli Editore, então denominada Daim Press, e se tornou oficialmente o primeiro desenhista brasileiro a trabalhar para editora italiana. Entre 1980 e 1984 foram 5 edições publicadas com seus desenhos na Collana Cow-boy números: 198 (La peste africana, 1980); 206 (Il mistero del tempio, 1983); 207 (Tragica magia, 1983); 250 (Senza pietà, 1984); e 251 (Il re della frontiera, 1984). 
FUI O PRIMEIRO E ÚNICO QUADRINHISTA BRASILEIRO DESENHAR UM PERSONAGEM BONELLI: IL PICOLLO RANGER.

SONO STATO IL PRIMO ED UNICO DISGNATORE A FUMETTI BRASILIANO A DISEGNATORE UN PERSONAGGIO BONELLI: IL PICOLLO RANGER.

I WAS THE FIRST AND ONLY BRAZILIAN COMIC DRAWER TO DRAW A BONELLI CHARACTER: THE LITTLE RANGER.









Capas das Collana Cow-boy onde foram publicadas as historias desenhadas por Wilson Vieira.


Páginas/provas (aprovadas) do Pequeno Ranger, desenhadas por Wilson Vieira para a Daim Press (SBE) 

Pranchas do Pequeno Ranger desenhada por Wilson Vieira.





Wilson desenhou também dois episódios para o personagem Diabolik, capas para o personagem Tarzan e um álbum do personagem Homem-Aranha, sendo o primeiro brasileiro a desenhar esses personagens para a Europa.




Pubblicato inizialmente a strisce, nel 1958, il Piccolo Ranger fu un personaggio di grande successo edito in Italia dalla Daim Press Editore (SBE), con un totale di 255 albi fino al febbraio 1985. 
Scritto inizialmente da Andrea Lavezzolo, le prime edizioni avevano i disegni di Francesco Gamba e Birago Balzano. 
Tra i disegnatori italiani del personaggio c'è anche un solo artista e autore brasiliano: Wilson Vieira.

Initially published in strips, in 1958, the Little Ranger was a very successful character published in Italy by Daim Press Editore (SBE), with a total of 255 issues up to February 1985.
Initially written by Andrea Lavezzolo, the first editions had drawings by Francesco Gamba and Birago Balzano.
Among the Italian designers of the character there is also only one Brazilian artist and author: Wilson Vieira.





 



A terra devastada, clima árido, abrasador, uma ambientação mística e feudal, onde o poder e a ganância de alguns, dominaram muitos, por gerações martirizadas e famélicas. 
O clamor pela justiça rompeu, abruptamente, a barreira da razão, forjando uma casta sertaneja, nômade, forte e guerreira; OS HOMENS DE COURO, que mantiveram por décadas, o senso da palavra: LIBERDADE. 
Uma fase arrebatadora, porém obscura, no registro da História de uma Nação e de seu povo. BRASIL - Nordeste - 1897/1940.

La terra desolata, un clima arido e rovente un luogo mistico e feudale, dove la forza e l’avidità di pochi dominano molte generazioni martorizzate e affamate. 

Una protesta per la giustizia bruscamente rotta dai  limiti della ragione, dando luogo a una casta di nomadi, forti, bifolchi in guerra, GLI UOMINI DI CUOIO, uomini, che per decenni sostengono il significato di una sola parola: la libertà. 

Un periodo affascinante, ancora oscuro, nei documenti della storia di una nazione e del suo popolo, visto come un episodio effimero, ma che va  molto, molto al di là … BRASILE (nord-est – 1897/1940).


The wasteland, an arid and scorching climate a mystical and feudal surrounding where the might and greed of a few dominated many for martyred and famishing generations. 
An outcry for justice abruptly broke the limits of reason, giving rise to a caste of nomad, strong, warring backwoodsmen; the LEATHER MEN, who for decades sustained the meaning of the word: FREEDOM. 
A ravishing period, yet obscure, in the records of the history of a Nation and its people, seen as an ephemeral episode, but which truly goes much, much beyond...BRAZIL (northeast - 1897/1940). 




É também autor da Saga Nordestina: Cangaceiros Homens de Couro e da série Literária western GRINGO; assim como autor de vários outros roteiros.Atualmente, continua escrevendo roteiros de variados temas para artistas nacionais e internacionais e seus trabalhos são publicados na Argentina, Brasil, França, Itália e Portugal.
Em 2018, publicou o primeiro de quatro livros da Tetralogia Western GRINGO pela editora brasileira Red Dragon Publisher e atualmente está concluindo o segundo, com lançamento previsto para 2020.




JÔ OLIVEIRA, nasceu na Ilha de Itamaracá, PE, em 25 de março de 1944, é um desenhista / quadrinista que publicou quadrinhos no Brasil,  Itália,  Grécia e Argentina, entre outros países. Influenciado pela literatura de cordel, seu estilo de desenho se assemelha a técnica de xilogravura presente nos folhetos de cordel, os mamulengos, a arte de Mestre Vitalino e o São João de Caruaru. Aos 14 anos, já morando no MS, descobriu a Escola de Belas Artes da UFRJ, e aos 20 anos de idade foi morar no Rio de Janeiro para estudar na instituição. Em 1969 mudou-se para Hungria com o objetivo de estudar artes gráficas e  esboçou a ideia de produzir uma animação sobre o folclore brasileiro, criando um storyboard, em 1973. Em uma  visita ao “Salone Internazionale dei Comics”, hoje denominado de “Lucca Comics & Games“, Lucca”, na Itália, onde foi apresentado, por Hugo Pratt, o editor Sergio Bonelli. Em 1975, publicou na revista em quadrinhos italiana Alterlinus, a história La guerra del regno divino, abordando o cangaço. Ao voltar ao Brasil, no mesmo ano, se muda para Brasília.
Em 1979, graças aos contatos feitos no Festival de Lucca, recebeu um convite  do editor italiano e publicou outra história de temática nordestina, L’uomo di Canudos, sobre a Guerra de Canudos na série Un homme une aventure, número 25 da Edizioni Cepim, atual Sergio Bonelli Editore. Em 1995, a obra foi reeditada na Collana I Grandi del Fumetto, número 22, da Hobby & Work Italiana Editrice.
Em 1996 e 2004 recebeu o Troféu HQ Mix, como Homenagem Especial e Grande Mestre, respectivamente. Em 2009, participou do álbum MSP 50 – Mauricio de Sousa por 50 artistas publicado pela Panini Comics. No Brasil, é mais conhecido por ter ilustrado diversos selos dos Correios e  livros didáticos e infanto-juvenis e cordéis, além da adaptação de obras para quadrinhos.
PEDRO MAURO, nasceu em Nova Europa, SP, em 19 de fevereiro de 1953. Iniciou a carreira aos 16 anos, como assistente de Ignácio Justo em histórias de guerra na Editora Taika. Na mesma editora, entre 1970 e 1971, desenhou capas e/ou histórias de faroeste para as revistas Pancho, Almanaque de Far-West, Far-West Edição Especial e Cowboy, que tiveram republicações até 1976.
Pedro passou a trabalhar em publicidade em seguida, produzindo storyboards. Em 1995, mudou-se para os Estados Unidos, onde trabalhou por muitos anos no Paul Santa Donato Studios. Em 2014, foi descoberto no Facebook pelo roteirista italiano Gianfranco Manfredi, responsável pelos roteiros de Mágico Vento da Sergio Bonelli Editore, quando então foi convidado para desenhar Adam Wild, uma minissérie escrita pelo roteirista italiano.

Números 16 e 17 da minissérie Adam Wild da SBE ilustradas por Pedro Mauro.

Prancha desenhada por Pedro Mauro para a minissérie Adam Wild da SBE.
Em 2017, fez seu segundo trabalho para a Bonelli, ilustrando Mugiko para a coleção Le Storie, uma história de espionagem, também roteirizada por Gianfranco Manfredi. 
Mas recentemente, uma vez mais a convite de Manfredi, Pedro Mauro desenhou para SBE quatro números da nova minissérie intitulada Cani Sciolti. São eles: E la chamiano estate (3, 01/2019); Segreti inconfessabili (4, 02/2019); Cartoline dalle vacanze (9, 07/2019); e Riti pagani (10, 01/2019

Capas da minissérie Cani Sciolti ilustradas por Pedro Mauro para SBE.

Prancha desenhada por Pedro Mauro para a minissérie Cani Sciolti da SBE.
Atualmente, Pedro reside e tem seu estúdio na cidade de Itu, no interior de SP, onde entre outras coisas, continua se dedicando aos quadrinhos. Nos últimos três anos, em parceria com Carlos Estefan, voltou a desenhar faroeste e publicou uma trilogia chamada Gatilho. As publicações, durante os seus lançamentos na CCXP, esgotaram pelos três anos seguidos. Este grande sucesso fez com que muitos pudessem especular, e em especial leitores e fãs, que Pedro Mauro pode ser o primeiro brasileiro a desenhar Tex, o personagem mais famoso da SBE e com uma história editorial que supera os 70 anos. Ainda no primeiro semestre de 2020, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, está previsto o lançamento, na plataforma de financiamento Catarse, um volume especial contendo as suas primeiras histórias de faroeste desenhadas nos anos 70.
IBRAIM ROBERSON,  nascido em São Paulo, SP, em 10 de outubro de 1983, vive desde 2007 em Curitiba. Autodidata, iniciou sua carreira em 2007, ilustrando o romance gráfico “O Guia de Sobrevivência Zumbi: Ataques Registrados”, escrito por Max Brooks. Ilustrador e designer conceitual, além de quadrinista e storyboarder, é conhecido principalmente por seu trabalho como freelancer no mercado americano. Trabalhou na criação de personagens para videogames, animação e novelas gráficas, além de trabalhar no mundo da animação, cinema e televisão. Desenhista de diversas revistas da Marvel e DC Comics, seus traços já deram vida a personagens como X-Men, Wolverine, Catwoman e Hulk.
Em 2012 criou o Estúdio ClubComics, onde trabalha na formação de novos artistas para o mercado internacional. Também participou de alguns projetos para o mercado europeu e destacou-se no gênero fantasia, ficção científica e terror, bem como no desenvolvimento de capas para diversas publicações. Durante um período, se afastou temporariamente do mercado americano, quando, por meio do seu representante na Itália, foi descoberto por Gianfranco Manfredi e se juntou à equipe de desenhistas da minissérie Adam Wild. Ilustrou a edição de número 22, Zulu, se tornou mais um brasileiro a desenhar para Sergio Bonelli Editore.
Prancha desenhada por Ibraim Roberson para o número 22 de Adam Wild da SBE.Além dos quadrinhos do nosso querido piloto Jerry Drake (Mister No), onde a maioria das histórias tem roteiros no Brasil e que foi idealizada por ninguém menos que Guido Nolitta (Sergio Bonelli), SIM, nosso país também está na Sergio Bonelli Editore, graças ao talento de nossos desenhistas
Feliz Dia Deles!